A safra do maior produtor e exportador mundial de oleaginosas deve aumentar 8,6% este ano em relação ao ano passado, que já foi recorde, alcançando 135,5 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Tal aumento se dá, principalmente, pela maior área plantada, clima favorável e aumento da produtividade

Hoje, a superfície plantada com soja no Brasil cresceu 4,1%, atingindo 38,5 milhões de hectares. Tal expansão foi possível, devido à utilização de áreas de pastagens degradadas, explica Daniel Furlan Amaral, economista da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

Outro motivo, apontado por Décio Teixeira, presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) do Rio Grande do Sul, é que os produtores da divisa do Uruguai começaram a fazer rotação da produção de arroz com soja. “Isso é possível graças às variedades que resistem mais a certa umidade”, explica.

Maior Produtividade

Na Amazônia, mais protegida pelo código florestal, a exploração passou de 1,1 milhão de hectares em 2007 para 5 milhões em 2018, ganhando espaço principalmente em pastagens antigas.

A expectativa é que a produtividade aumente ainda mais. Pesquisas estimam um aumento de 4,3% em relação à safra anterior, atingindo um rendimento médio de 3.523 kg por hectare.

Os ganhos de produtividade podem ser explicados, principalmente, pelo “maior uso de tecnologias no campo”, ressalta Luiz Fernando Gutierrez, analista da Safras e Mercado.

Perspectivas e desafios

Este ano, o setor será beneficiado pela alta de preços no mercado nacional e internacional, impulsionada pela explosão da demanda, principalmente na China, principal destino da soja brasileira.

Entretanto, os desafios da pandemia de covid-19 e a desvalorização do real frente ao dólar, fazem os produtores terem cautela em relação às altas expectativas. “Os preços dos fertilizantes, do combustível e das máquinas aumentaram, e o custo para se manter na atividade subiu. Não é o momento de entrar em ciclo de euforia nem de se endividar, porque o mercado dos grãos oscila muito”, alerta Adriano Barzotto, presidente da Aprosoja no estado de Goiás. 

Além disso, o Brasil enfrenta importantes desafios logísticos, principalmente de armazenamento e transporte em estradas em mau estado ou sem asfalto.

Fonte: G1

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